Apesar de muito importante, a saúde dos olhos também é negligenciada. Dados do Ibope indicam que 34% dos brasileiros nunca visitaram um oftalmologista e somente 16 milhões procuram ajuda apenas quando apresentam dificuldades para enxergar.

Ainda que esses dados sejam preocupantes, a disseminação de mitos e crendices populares contribuem para a desinformação. Por isso, estar informado é a melhor maneira de cuidar da saúde e prevenir doenças oculares.

Neste artigo, traremos 10 mitos e verdades quanto à saúde dos olhos para que você tire as suas dúvidas:

1 – Visitar o oftalmologista apenas quando surgir algum incômodo nos olhos.
Mito. As visitas devem acontecer frequentemente, pois elas ajudam a prevenir doenças silenciosas que podem ocasionar a cegueira irreversível.

2 – Usar colírios faz bem e não precisa de prescrição médica.
Mito. Colírios são medicamentos, logo, devem ser usados com orientação médica. Exceto os que possuem ação lubrificante, esses podem ser usados com mais frequência.

O uso inadequado pode causar sérios danos à saúde, como a diminuição da proteção natural dos olhos e o aumento da pressão ocular, favorável ao aparecimento de infecções. Independentemente do tipo, vale lembrar que só o oftalmologista é capaz de realizar uma indicação segura, conforme o seu caso.

3 – Comer cenoura faz bem para a saúde dos olhos.
Verdade. Comer cenoura faz bem para a visão, mas não é suficiente para manter a sua saúde ocular! Embora a cenoura seja rica em substâncias e vitaminas que previnem a degeneração da mácula, é importante ter uma alimentação saudável e variada, além de manter as consultas com o seu médico oftalmologista.

4 – Terçol é contagioso.
Mito. O terçol é uma inflamação não contagiosa que ocorre nas glândulas da pálpebra, mais comum em pessoas que têm pele oleosa ou sofrem com seborreia. A patologia deve ser tratada mediante avaliação oftalmológica.

5 – Ler em veículos em movimento ou realizando mais de uma atividade causa o descolamento de retina.
Mito. Ler nessas condições pode causar mal-estar, tontura, náusea ou dor de cabeça. Isso acontece devido ao esforço, mas não afeta a retina e nem o seu descolamento.

6 – Ler no escuro faz mal para a visão.
Mito. Em ambientes escuros, a pupila dilata para que a leitura seja facilitada enquanto absorve a luz. Embora seja uma ação natural dos olhos, ao tentar ler, você fará mais esforço e pode sentir dores de cabeça ou fadiga ocular, temporariamente.

Como não existe contraste entre a luz e o ambiente, seus olhos precisarão de mais estímulo para transformar em imagem o que está diante de você.

7 – Coçar os olhos faz mal.
Verdade. Coçar os olhos é perigoso porque pode ocasionar lesões e aumentar o risco de infecções nos olhos através das mãos, além de contribuir na progressão do ceratocone.

8 – A pressão arterial influencia no aumento da pressão ocular.
Mito. A pressão arterial tem relação com o fluxo de sangue no organismo, já que a pressão alta nos olhos é causada pelo desequilíbrio entre a produção de líquido ocular, conhecido como “humor aquoso” e o descarte dele. Nesses casos, há uma falha no funcionamento dos canais que eliminam esse líquido e, como consequência, a pressão ocular aumenta.

9 – Dormir usando lentes de contato faz mal.
Verdade. Permanecer com as lentes de contato nos olhos durante o sono compromete a lubrificação e amplia os riscos do desenvolvimento de doenças e irritações.

A úlcera infecciosa é uma das condições que podem ser acarretadas por este mal uso e, em alguns casos, há necessidade de realizar transplante de córneas. Apesar disso, existem lentes específicas que não precisam ser retiradas durante o sono e não trazem riscos para a saúde ocular. Contudo, é preciso buscar orientação oftalmológica a fim de receber a indicação correta.

10 – Ficar horas em frente ao computador e celular prejudicam a visão.
Verdade. Sintomas como olhos vermelhos, secos, irritados, coceira e fadiga ocular podem ser sinais que você está exagerando no tempo que se expõe às telas. Estudos afirmam que o aumento de problemas oculares na infância tem relação com o uso de celulares, computadores e tablets.

Para evitar problemas futuros, reduza o tempo de exposição às telinhas, opte por ambientes arejados, claros e faça pequenas pausas. Caso algum dos sintomas citados se manifeste, procure um especialista.