Pais que usam óculos costumam ficar apreensivos em relação aos problemas de visão a que seus filhos podem estar propensos.
Há algumas doenças e condições que possuem fator hereditário, no entanto, não é possível afirmar que todas as crianças desenvolverão o problema. Entenda um pouco mais sobre a hereditariedade e as doenças que podem passar geneticamente de pai para filho.
O que é o fator hereditário?
Todas as pessoas possuem um DNA único, um código que determina cor de pele, olhos, cabelos, tipo físico e outras características, como doenças, por exemplo. Durante a fecundação o embrião herda 50% do DNA da mãe e 50% do DNA do pai. Essa junção dá origem a um novo indivíduo que, mesmo carregando todas essas referências, possui suas características próprias.
É importante contextualizar tudo isso para entender que doenças hereditárias podem ou não estar presentes na vida do novo indivíduo, no entanto, essas pessoas estão mais propensas às doenças que acometem seus pais. Por exemplo, pessoas com histórico familiar têm seis vezes mais chance de desenvolver o glaucoma do que a população sem esse traço hereditário.
Muito divulgado foi o caso da atriz Angelina Jolie que, em um exame de DNA extremamente detalhado, conseguiu identificar que estava propensa a sofrer de câncer de mama, assim como sua mãe – que faleceu em 2007 em decorrência de complicações da doença.
Quais doenças oculares são genéticas?
Assim como determinados tipos de câncer, algumas doenças oculares também podem ser passadas de geração para geração. A miopia, problema refrativo muito comum, é uma delas. O estrabismo, o ceratacone, a catarata congênita, o glaucoma e o daltonismo são outras dentre a gama de problemas de visão de fator hereditário.
O recomendado é que pais com histórico familiar investiguem o quanto antes o possível desenvolvimento dessas doenças nos filhos. O teste do olhinho, primeiro exame oftalmológico, feito ainda na maternidade, pode já determinar algumas condições congênitas. Quando descartada essa hipótese, é preciso ficar atento ao desenvolvimento da criança.
Meu filho vai ter problemas de visão?
Como dito anteriormente, não é possível prever se isto vai acontecer ou não. O fato é que as crianças que possuem pais com os problemas de visão listados no tópico acima são mais propensas às doenças em relação às crianças que nasceram de pais sem estas condições. Porém, apenas isso não as coloca como pacientes certeiros. É preciso levar em consideração fatores ambientais e também o desenvolvimento de cada indivíduo. Apesar de estarem em grupo com mais chances de desenvolverem ou apresentarem os sintomas mais cedo, não é possível afirmar que todos terão problemas de visão.
Como se prevenir?
Não há uma prevenção contra o fator hereditário, porém, há meios de diagnosticar cada vez mais cedo algum problema de visão e intervir para que ele seja tratado o quanto o antes. O diagnóstico precoce, especialmente em crianças, dá a oportunidade de que o tratamento tenha resultados bastante eficazes. Por isso, para prevenir quaisquer problemas de visão, o ideal é manter uma rotina de consultas com o oftalmologista.
Daltonismo e fator genético
Vale um alerta sobre o daltonismo. Apesar de ser um dos problemas de visão descritos como de fator hereditário, nem sempre é possível prever esta condição em crianças. Quem hospeda a característica genética que determina o daltonismo é a mãe. Raramente as mulheres desenvolvem a condição, no entanto, podem repassar para seus filhos homens. É possível afirmar que dentre os daltônicos, apenas 1% é mulher. Por isso, pode haver uma dificuldade em determinar o fator hereditário nesses casos.
Quer saber mais sobre problemas de visão que podem acometer gerações? Leia nosso outro artigo e conheça mais sobre o assunto.